A tendência do cobre

O tema de hoje é o COBRE! Quem já não quis alguma coisa nessa cor-tendência da decoração? Um vaso, uma lixeira, um pendente, uma luminária…

Desde 2015 estamos vendo o metal entrar com tudo na decoração em todos os tipos de objetos que podemos imaginar, o cobre se tornou o queridinho de todos por apresentar uma atmosfera calorosa, confortável e nobre! E combinado à elementos de madeira, vidro e paisagismo (verde) essa atmosfera se torna mais completa ainda.

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Projeto: Arquiteta Alana Vitti (@arqalanavitti)

Existem muitas combinação de cores com o cobre que ajudam a dar maior destaque à ele, cores que estão sendo muito usadas na decoração atualmente e que facilmente podem ser combinadas em nossas casas criando diversos tipos de ambientes.

Muito cuidado na hora de decorar! Você pode usar e abusar da imaginação, mas não esqueça que o cobre será o personagem principal do seu ambiente, então, evite de colocar cores e objetos que “briguem”, sempre procure uma combinações agradáveis aos olhos com cores que conversem entre si.

Vamos nos inspirar com objetos queridinhos!

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1. POTES DIVERSOS | 2. CAIXA | 3. CAIXA EM VIDRO COM ACABAMENTO COBRE | 4. ESPELHO | 5. PORTA RETRATO | 6. CESTOS ARAMADOS

♥ DIY ♥

Se você não quer gastar muito com objetos cobres (que podem ser caros) a dica é: use uma tinta spray metálica e pinte objetos que você já está enjoada! Dê uma nova cara à sua decoração, e com um objeto totalmente personalizado! Trouxe como exemplo as latinhas pintadas e transformadas em vasinhos de temperos, não é o máximo sempre ter tudo fresquinho na cozinha? Inspire-se!

O que achou das dicas? Bora soltar a imaginação?

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Projeto Arquiteta Letícia Mazaron (@arqleticiamazaron)

 

[Tendência] Parede preta?

Heey  🙂

Já pensou em apostar em algo mais arriscado na decoração? Pintar uma parede de preto, talvez? Gótico demais? Caaalma!! Vou trazer ideias que vão fazer você enxergar o preto de uma forma diferente e perceber que pode ter um ambiente muito sofisticado. Não acredita? Vem comigo!

Na decoração, o preto, significa ausência de forma e anulação dos ângulos, sendo assim, sem exageros, você pode combinar cores mais claras no piso e até um mobiliário colorido. Outra dica pra você que está com medo da mudança é pintar em tons grafite escuro para diminuir o choque. Hoje temos disponível mais de 100 tonalidades de preto, com certeza você vai achar alguma que combine com seu estilo e sua casa.

Para não errar na hora da mudança, aqui vai umas dicas:

ILUMINAÇÃO

Escolha um ambiente com boa iluminação – natural ou focos de luz – para que a parede escura não deixe o seu ambiente sóbrio demais.

COR

Escolha uma tonalidade que combine com seu estilo e com o ambiente. Você pode variar desde o cinza ou grafite escuro até o preto propriamente.

ESCOLHA UMA PAREDE

Como você já pode imaginar, não vamos pintar o ambiente todo de uma cor só, ainda mais quando se trata de uma cor tão escura e marcante. Minha dica é para que você escolha uma parede que possa receber uma decoração que contraste com o escuro e componha um visual elegante e alegre.

Vamos à algumas ideias

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Quadros coloridos e móveis claros.
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Aproveite para ousar em um ambiente moderno e cheio de cores!
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Uma janela grande que permita muita entrada de luz natural.
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Papel de parede mistura um grafismo fosco e brilhante.
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Nessa cozinha o preto é o personagem principal!
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No banheiro, combinado com peças claras e vidros.

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Outra ideia também é a parede lousa ou parede quadro negro que poder ser feita pintando uma parede livre com uma tinta fosca escura ou uma tinta própria para lousa.

A intenção é você criar um quadro personalizado para o seu ambiente, com recadinhos para os moradores, frases inspiradoras ou até mesmo um desenho (se você souber desenhar ou tiver um amigo que saiba e te ajude! Rs). O mais interessante é que você pode apagar e trocar os desenhos quando quiser e sempre ter uma decoração diferente!

Inspire-se!

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Espero que tenham se inspirado nas ideias!! Curta se você gostou e deixe seu cometário 😉

Bye!

 

[DIY] Decorando com caixotes!

Hey pessoal! Tudo bem?

Hoje eu escolhi mais um tema de decoração relacionado ao reaproveitamento de materiais, vou trazer pra vocês ideias de como usar caixotes de feira na decoração. Vocês, sabiam que esses caixotes vão parar num forno a lenha de uma padaria ou pizzaria, liberando muito CO2 na hora da queima? Pois bem, vamos aprender como reutilizar essas belezinhas!

Onde encontrar?

Você poderá encontrar em supermercados, sacolão e feiras. Para quem não encontrar ou não se sentir à vontade para reaproveitar , algumas lojas online vendem esses caixotes novinhos!

Como escolher?

Esses caixotes são feitos de madeira de baixa qualidade, se for para colocar peso, prefira as caixas de laranjas que são mais resistentes.

Como preparar?

Primeiro de tudo faça um bom trabalho com a lixa em sua caixa para que ela fique com uma aparência bem acabada e após a aplicação da tinta apresente um acabamento bem liso (caso você queira algo mais rústico, pule essa etapa!!), após lixar, você pode aplicar um produto anticupim ou um primer, mas isso é opcional, você pode ir direto para a pintura ou verniz se preferir.

Confira algumas ideias para você se inspirar!

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Na sala, como mesa de centro.
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No banheiro, como organizador.
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Como nichos, no quarto.
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Para o quarto das crianças, como organizador de brinquedos.
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Na cozinha, como nichos.

 

Quem aí também ficou com vontade de passar na feira e colocar a criatividade pra funcionar?

[Tendência] Máquina de costura antiga

Um dia desses resolvi que queria colocar uma penteadeira no meu quarto, mas como tenho pouco espaço, precisaria de algum móvel que se adequasse ao tamanho. Depois de uma visita à casa de um casal de amigos, que utilizaram um pé de máquina antiga com um tampo de mármore para fazer um aparador na sala, foi que tive a ideia de colocar uma dessas aqui.

Em busca de ideias de como restaurar meu recém adquirido velho móvel novo, resolvi escrever esse post para inspirar  vocês também!

Abaixo estão algumas ideias de como reutilizar o pé de máquina na decoração e deixar seu ambiente com um toque de personalidade.

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Com um tampo de mármore, vidro ou madeira você pode compor um lindo aparador para colocar num cantinho que está desprovido de decoração.

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Uma das composições que mais gostei (e até já usei em projetos) é como apoio para a cuba do lavabo.

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Para os apreciadores de bebidas, aqui está uma ideia para compor um cantinho especial para curtir com os amigos!

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Na cozinha, sempre precisamos de mais espaço para guardar utensílios, uma ilha no centro do ambiente, pode ser a solução para os seus problemas, além de dar um toque extra na decoração.

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Para quem gosta de um móvel com personalidade, a combinação de antigo e moderno, é perfeita para compor seu cantinho. Aproveite e coloque um pouco de cor também!

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Uma penteadeira para quem não tem muito espaço e mesmo assim quer colocar um móvel com estilo no quarto. Você pode aproveitar e colocar um espelho descolado, além de luzes para dar o toque final!

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Com certeza uma mesa para impressionar os convidados!

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Faça um cantinho especial para suas plantas, dentro ou fora de casa!

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E por fim, uma mesinha lateral na sala não é nada mal, certo? O ambiente para receber amigos e descansar sempre pede uma decoração mais aconchegante, então aposte nessa combinação de velho-novo.

Espero que tenham aproveitado as dicas! Quem também tem uma máquina dessas antigas? Não ficou com vontade de tirar daquele canto esquecido e transformar no seu novo item favorito de decoração?

Compartilhem comigo as ideias de vocês também!!

8 ideias para uma nova cabeceira

Depois de um tempo, sempre temos a vontade de trocar a decoração dos ambientes e deixá-los com uma cara nova, porém nem sempre estamos preparados financeiramente para tanta mudança. Mas às vezes apenas um simples toque e a troca de um móvel já pode transformar um ambiente.

Pensando nisso, esse post reúne dicas para compor uma cabeceira para sua cama, que muitas vezes acaba ficando esquecida, mas compõe um elemento que dá um acabamento para a cama e faz toda a diferença na decoração.

1. Cabeceira de pinus

O pinus é um material muito utilizado na construção para se fazer as formas que vão receber o concreto e formar os pilares e vigas por ser um material barato. Ele vem ganhando espaço na decoração e compondo peças incríveis. A cabeceira de pinus pode ser montada do tamanho da necessidade que você precisar, as pranchas de pinus são vendidas por metro, o que facilita, pois na hora de montar é só cortar do tamanho que você precisa e juntar as peças.

2. Tecido

A cabeceira de tecido necessita de uma base firme para ser revestida, então você pode revestir alguma peça que já esteja enjoado ou ainda criar uma peça nova de madeira e revesti-la!

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3. Adesivo de parede

Essa ideia é para quem quer uma cabeceira mais simplificada, ou não tem muito espaço para colocar uma. Há muitos adesivos que imitam cabeceiras de cama para se inspirar e substituir o móvel.

4. Pallets

Os pallets são estruturas de madeira utilizadas para trasportar materiais no geral. Essas peças ganharam espaço na decoração compondo desde bancos até mesas, bastando apenas usar da criatividade para compor seu móvel, já que ela pode ser usada em sua estrutura original ou desmontada e remontada como quiser.

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5. Quadros e molduras

Para este tipo de cabeceira é necessário soltar a imaginação e usar dos quadros ou molduras vazias para criar uma composição arrojada. Uma ideia pode ser usar fotos pessoais para criar uma cabeceira especial e exclusiva!

6. Iluminado

Use a iluminação para deixar sua cabeceira de cama com um toque mais aconchegante. As luzes de pisca-pisca são uma ótima opção para dar um toque extra de beleza no quarto. Atenção para as luzes que esquentam, pois elas estarão perto de você, prefira luzes frias como o LED de coloração amarelada para não perder a característica de ambiente acolhedor.

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7. Materiais reaproveitados

Muitos objetos descartados em reformas ou por estarem velhos demais, podem sim fazer parte de uma nova decoração. Se você gosta de um estilo retrô atente-se a esta dica: aquele objeto que está esquecido no fundo do quintal pode receber uma nova pintura e virar seu mais novo objeto de decoração.

 

8. Espelho

Para ambientes pequenos uma opção é usar espelhos junto a cabeceira da cama, além de conferir charme e elegância ao ambiente. O espelho também pode ser combinado com diversos materiais como a madeira e tecido.

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O mais importante é soltar a imaginação na hora de decorar e deixar o seu cantinho com a sua cara. Reaproveitar materiais esquecidos e colocar a mão na massa pode render uma nova cara ao seu ambiente e ainda economizar uma grana!

 

NBR 9050: Cálculo de rampas

“Possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento para a utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida”.

(ABNT NBR 9050:2015)

 A norma NBR 9050 está em sua terceira edição e disponível para download (aqui) e ressalta como diferencial das outras edições critérios de sinalização em espaços públicos, parâmetros de ergonomia para mobiliários e equipamentos urbanos, intervenções em bens tombados pelo patrimônio histórico, além de abranger a abordagem para pessoas com dificuldades para se locomover, como obesos, idosos e gestantes, seguindo o conceito de desenho universal, assegurando a acessibilidade à todos.

9050

A abordagem de hoje será no cálculo de rampas, que, por mais que pareça simples, sempre surgem dúvidas em como deixá-la dentro da norma e principalmente utilizável por aqueles que precisam. Então vamos lá!

DIMENSIONAMENTO

Primeiro de tudo, precisamos entender a fórmula para cálculo das rampas:

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Onde:

i = a inclinação da rampa em porcentagem;

h = a altura do desnível

c = o comprimento da projeção horizontal

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Ou seja, se tivermos um desnível de 16cm, precisaremos de uma rampa com comprimento total de 2m.

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Podemos perceber que quanto maior a altura a ser vencida, mais suave a rampa precisa ser para que possa ser acessada pelas pessoas com necessidades especiais. Portanto, muitas das rampas que vemos por ai não são acessíveis, porque não apresentam a inclinação correta para que um cadeirante possa subir.

Vejamos um exemplo de escada com rampa. O modelo a seguir mostra que para vencer uma altura de quatro degraus, você precisa de 10m de rampa e mais um patamar de descanso, para que o cadeirante possa fazer a transição tranquilamente sozinho.

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Exemplo de acessibilidade com rampa e escada.

A norma tem uma tabela na qual coloca o as inclinações permitidas e o desnível máximo permitido em cada seguimento e recomenda criar patamares de descanso a cada 50m de percurso.

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Em reformas, quando todas as possibilidades de soluções estão esgotadas, permite-se a utilização de inclinações maiores que 8,33% nas seguintes condições:

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PATAMARES

Os patamares devem estar no início e término das rampas e ter o comprimento de 1.20m, assim como os patamares dos seguimentos das rampas.Quando forem patamares de mudança de direção, a dimensão deve ser igual à largura da rampa.

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Representação de patamares (NBR 9050)

LARGURA

A largura da rampa deve ser estabelecida de acordo com o fluxo de pessoas. Para rampas em rotas acessíveis a largura deve ser de 1.50m, admitindo-se o mínimo de 1.20.

No caso de edificações existentes, quando a largura da rampa for impraticável, as rampas podem ser executadas com largura mínima de 0,90m com seguimentos de n máximo quatro metros (medidos na projeção horizontal), respeitando os parâmetros de área de circulação e manobra previstos na norma.

CORRIMÃO

A guia de balizamento deve ser em alvenaria e ter a altura mínima de 5cm com corrimão de duas alturas em cada lado.

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Corte transversal com detalhe de guia e corrimão (NBR 9050)

Fonte: NBR 9050

 

SESC Pompeia

Embora a arquitetura brutalista não tenha nascido no Brasil, alguns arquitetos estrearam em nosso país com essa nova forma de construir, que é uma arquitetura na qual se privilegia a funcionalidade, deixando de lado os elementos decorativos e, mesmo assim, criando edifícios monumentais, elegantes e proporcionais. Na Europa essa arquitetura contribuiu para a reconstrução – mais econômica – do continente no pós Segunda Guerra Mundial e, aqui no Brasil, não era apenas um conceito estético, mas também uma militância política.

Pode-se dizer que o brutalismo caracteriza-se pela ideia de beleza, na verdade construtiva, dos materiais, ou seja, a edificação deve ser honesta, nela podendo distinguir estrutura e vedação, não existindo critério do que possa estar à vista ou não.

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Fonte: Alana Vitti, Maio 2016

A partir dessa ideia e ligado ao fato de o local escolhido, para abrigar o novo Centro de Lazer, na cidade de São Paulo, ser uma antiga fábrica de tambores, Lina Bo Bardi dá vida a uma obra polêmica, que não se encaixava aos padrões da época, mas um verdadeiro presente para a cidade.

Assim, em 1986, nasce o Sesc Pompeia com uma linguagem industrial, novas escalas, muitas cores além de uma programação abrangente – que Lina experimentou na Bahia – trazendo a vida pública para o interior dos edifícios, atingindo as pessoas de todas as faixas etárias. Façanha conquistada através de uma rua aberta que leva as pessoas para espaços internos do Centro, convidando-as a participar dessa vida sócio-cultural e trazendo o ambiente urbano para dentro desse espaço.

Ao caminhar pelas ruas de São Paulo em direção ao Pompeia, você avista há poucos metros o polêmico edifício brutalista de Lina, que se destaca em meio a paisagem urbana de edifícios modernos, mas quando chegamos ao destino final, uma sensação de alienação é causada ao entrar pela “rua”.

Percorrendo os espaços do Sesc conseguimos deixar a imaginação correr e idealizar como era a vida na antiga fábrica através dos elementos ali deixados em seu estado original. Se pensar na vida fabril que acontecia enquanto fábrica, podemos depreender que o mesmo acontece nos dias atuais, pois dentro da cidadela acontece uma dinâmica totalmente diferente do que está acontecendo lá fora.

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Fonte: Alana Vitti, Maio 2016

Temos um exemplo de duas arquiteturas diferentes da mesma temática fabril que causam no visitante duas sensações distintas; a primeira o aconchego das instalações nos antigos galpões que foram transformados em biblioteca, restaurante, oficinas e espaços de convivência; e logo ao chegar ao deck de madeira – que passa por cima do córrego das Águas Pretas – e se deparar com os edifícios de concreto, uma certa sensação de estranheza e até certo desconforto é causada no espectador.

Apesar das críticas e elogios à arquitetura do Pompeia, as construções têm apenas um objetivo: a convivência entre as pessoas numa cidade onde, na rua, dificilmente interagem.

Lina soube dosar sua arquitetura ora pesada, pelos elementos em concreto armado aparente, ora leve, como pelo deck de madeira. E, através de todos esses elementos, criar uma experiência arquitetônica para o convívio social, e aguçar os sentidos para a experimentação da funcionalidade do edifício através de sua arquitetura industrial, sendo uma das precursoras de um novo estilo arquitetônico no país, juntamente com Villanova Artigas, em um movimento preocupado com as questões sociais e a verdade dos materiais seguindo a linha dos Smithson, que se utilizou desse ideal na Inglaterra alguns anos antes, e a formalidade de Le Corbusier na aplicabilidade do concreto bruto em estruturas prismáticas puras na busca da univolumetria e, claro, levanto características próprias para a sua arquitetura que era reconhecível pelas suas características originárias do movimento, mas com uma autonomia pelas diferenças que a Arquitetura Brutalista Paulista desenvolveu.

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Fonte: Alana Vitti, Maio 2016

High Line Park, uma discussão

No curso de arquitetura, ao longo dos semestres, são apresentados vários projetos e intervenções urbanas que ocorreram ao longo da história da arquitetura, e hoje eu quero abrir uma discussão sobre um dos meus projetos favoritos, que é o High Line Park, em Nova York.

Antes de tudo meu caro leitor, sugiro que leia a publicação do blog da urbanista Raquel Rolnik (abaixo transcrita), no qual ela faz uma avaliação sobre os impactos da intervenção do High Line aos arredores da antiga linha de trem:

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Fonte: Dusk Scene

Lições do High Line Park

Quase 20 anos após sua desativação, em 2009 a linha férrea suspensa que passava por bairros industriais da região oeste de Nova York transformou-se no High Line Park, um parque elevado de 8 metros de altura e 2,5 quilômetros de extensão, que virou uma espécie de “superstar” do urbanismo, celebrado e até replicado em outras cidades do mundo.

De fato, trata-se de um excelente projeto paisagístico que, com soluções simples e aproveitando a antiga estrutura e materiais, tornou-se um belo parque público, rapidamente apropriado por moradores e visitantes da cidade. Já conhecia o parque, mas recentemente estive na cidade e fiquei impressionada com o que está ocorrendo à sua volta.

Dezenas de empreendimentos residenciais e comerciais de altíssimo padrão, assinados por “grifes” da arquitetura internacional –como ZahaHadid, Norman Foster, Jean Nouvel e Frank Gehry– pipocam e, literalmente, passam por cima do novo parque, vendidos a peso de ouro: hoje um apartamento ali chega a custar 25 milhões de dólares…

A Prefeitura de NY, que investiu mais de 100 milhões de dólares no projeto, celebra o fato de que o IPTU gerado com os novos empreendimentos já pagou a implementação do parque e ajuda a mantê-lo. Mas o próprio setor imobiliário da cidade comenta que se trata de uma “stravaganza” insustentável, um mercado apenas para investidores internacionais, que não são nem nunca serão moradores.

Por outro lado, moradores dos dois conjuntos de habitação social existentes na região, Elliot e FultonHouses, construídos entre os anos 40 e 60, e aqueles que vivem no que restou do estoque de moradia de aluguel controlado no bairro já sentem o fechamento de estabelecimentos que os atendiam, como restaurantes e comércios populares, além da alta dos preços. O que mantém essas pessoas no bairro é sem dúvida a política de aluguel social, que garante, até hoje, que muitas famílias de baixa renda paguem aluguéis com valores bem abaixo dos de mercado.

Fala-se muito sobre o High Line Park sob o ponto de vista do desenho urbano e da paisagem, mas essa experiência mostra que outros aspectos precisam ser considerados. Não dá para planejar projetos desse tipo sem contextualizá-los, sem levar em conta que impactos terão nas dinâmicas sociais e econômicas da região onde serão implementados. No caso de NY, foram mudanças no zoneamento e políticas de venda de direitos de construção adicional na área em volta do High Line que contribuíram decisivamente para o boom imobiliário; assim como são as políticas públicas de moradia da cidade que ainda asseguram a permanência de moradores de menor renda, apesar da valorização da região.

Nessa minha última visita, foi impossível não pensar, por exemplo, nas discussões que temos feito em São Paulo sobre o futuro do Minhocão. Obviamente, são casos diferentes, a começar pelas características muito distintas desses lugares. Mas me parece que devemos observar com atenção o que está acontecendo hoje no entorno do High Line Park para evitar decisões equivocadas sobre o destino que queremos para as regiões atravessadas por nosso elevado. Principalmente porque a demolição ou transformação em parque é apenas um dos muitos aspectos do que pode –ou não– acontecer nessas áreas.

ROLNIK, Raquel. Lições do High Line Park. 2015. Disponível em: https://raquelrolnik.wordpress.com/2015/11/03/licoes-do-high-line-park/. Acesso em: 17/02/2016

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Fonte: 

Tendo em mente agora um novo ponto de vista que vai além do projeto paisagístico de revitalização da área pode-se assumir que talvez tenha faltado um pouco de atenção a respeito dos impactos sociais a longo prazo na região.

Mais uma vez a população de baixa renda está sendo expulsa de sua moradia, porque embora exista o incentivo do aluguel, a qualidade de vida nessa região está aumentando de padrão o que gradativamente fará com que essa população deixe o local em busca de um padrão de vida mais coerente com seu bolso.

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Fonte: Revista Renda.se

Diante dessa exposição, é nítido que ainda falta muita ousadia arquitetônica, incentivos da iniciativa privada e pública, além da participação da comunidade para que seja possível realizar aqui projetos do âmbito do High Line, ou seja, enquanto todos os envolvidos não estiverem dispostos a trabalhar, o ideal é que não se inicie a execução de nenhuma obra, pois a política atual de nosso país, que tem maior interesse na corrupção, e em tirar proveito em todas as situações, terá como prato cheio uma obra desse porte, protelando ao máximo sua execução, e deixando de lado os interesses sociais e ambientais, que acabam por diversas vezes ficando em segundo plano.

Sobre a questão de São Paulo de inspirar no High Line para propor uma revitalização do Minhocão, é importante ressaltar que talvez a aplicabilidade do projeto não seja como o esperado, pois em Nova York essa revitalização se deu por uma força-tarefa, que reuniu uma ONG, um prefeito fazedor, que estava disposto a trabalhar, e uma população que estava determinada e não esperava tudo do governo, enquanto que em São Paulo já tivemos exemplos que mostram que em nossa receita temos a carência de alguns (ou talvez todos) ingredientes, como pode ser visto na praça Roosevelt.

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Vista aérea do projeto vencedor do Prêmio Prestes Maia Urbanismo de 2006, que transforma o Minhocão em um parque. A foto foi modificada digitalmente. Fonte: R7

Arquitetura para os animais, sim!

Ao pegarmos uma revista ou uma matéria que trate do assunto arquitetura, design ou decoração, nós nos deparamos com uma forma de organização do ambiente que o faz parecer intocado. Essa arquitetura da estética esquece que nós, seres humanos, temos sentimentos e vivemos naquele ambiente – e todos sabemos que é impossível manter tudo sempre perfeitamente arrumado – e principalmente, esquece que muitas pessoas têm seus animais de estimação dentro de apartamentos ou até mesmo em casa.

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BAMBOO LAUNGER Foto: Pet Lounge Studios

Algumas pessoas, para manter o ambiente em ordem, acabam optando por limitar o espaço dos animais a um cômodo isolado como lavanderia ou varanda por exemplo.

“Projetos de arquitetura que isolam o animal estão preocupados apenas em deixar a casa bonita” (Alexandre Rossi, zootecnista e mestre em psicologia)

Porém não precisa ser dessa forma. Através de uma arquitetura e decoração planejadas podemos integrar os animais à dinâmica da casa adequando os ambientes de acordo com as necessidades dos donos e dos pets.

 

Os gatos se adaptam fácil a uma rotina dentro do lar, e por isso precisam de um ambiente que forneça os estímulos necessários à eles, porque um gato sem arranhadores – por exemplo – vai afiar suas unhas em um móvel, assim como um  cachorro sem liberdade para se exercitar vai roer os objetos para gastar a energia acumulada.

Se presos em um ambiente sem estímulos, os animas podem desenvolver problemas compulsivos como correr atrás do rabo ou ficar latindo ou miando sem parar. Por isso é importante investir na qualidade do ambiente, não importando o tamanho da sua casa ou apartamento.

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Atualmente, há vários escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul que são especialistas em criar móveis sob medida para o ambiente. A Sandrin (RS) tem uma linha exclusiva que é composta por móveis com módulos flexíveis de MDF, que agrega funcionalidade e organização ao ambiente.

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BAMBÚ PET HAMMOCK Foto: Pet Lounge Studios

Pode parecer exagero pensar em criar um ambiente com móveis exclusivos para seu animal de estimação, mas o Brasil está na segunda posição no ranking de faturamento no setor de produtos para pets (Abinpet), estando atrás apenas dos Estados Unidos, e por isso algumas empresas pensaram em se especializar nesse nicho de mercado.

Não se trata de humanizar nossos animais de estimação ou criar uma diversão para as pessoas. Trata-se de entender que as necessidades de seu pet vão além do “não tomar chuva e ter um pote de comida”.

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Viver melhor em menos espaço

Cada vez mais os imóveis compactos têm tomado conta do mercado imobiliário, atraindo jovens que querem morar sozinhos, ou até recém casados que buscam seu primeiro lar. Esse tipo de imóvel, também conhecido por estúdio, é muito prático, fácil de limpar e até de reformar e são frequentemente encontrados em grandes centros urbanos onde as pessoas desejam fugir do trânsito intenso da cidade.

Algumas dicas vão ajudar a deixar esse pequeno espaço aconchegante e com seu estilo, confira:

INTEGRAÇÃO

Integrar os ambiente causa uma sensação de que o espaço é maior do que ele realmente é, mas essa integração não se dá apenas pela eliminação das paredes. Podemos usar os mesmos revestimentos no piso e na parede evitando as demarcações de cada ambiente e criando uma unidade visual.

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DOIS EM UM

A bancada da cozinha é um móvel com dupla função, porque serve tanto para setorizar os ambientes, como também de apoio para um armário na cozinha para o morador guardar seus utensílios.

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JOGO DE ESPELHOS

O uso de espelhos cria uma sensação de profundidade no ambiente, fazendo com que o espaço pareça maior e sem sobrecarregar a decoração.

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VIDRO PARA SETORIZAR

O uso de vidro cria delimitações físicas no ambiente, ao mesmo tempo que integra o ambiente devido à sua transparência.

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PORTAS DE CORRER

Num cômodo sem muito espaço de circulação, uma porta de correr faz toda a diferença na economia de espaço.

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CORES CLARAS

Use e abuse das cores claras para dar a sensação de amplitude no seu ambiente. Não precisa ficar preso ao branco com cara de escritório, porque hoje no mercado contamos com as mais diversas tonalidades de tintas para agradar ao seu estilo!

MÓVEIS SOB MEDIDA

Evite comprar aquele móvel que vai ficar enorme no seu cômodo e faça uso de móveis planejados para que você tenha melhor aproveitamento do espaço e um visual mais “clean” na sua decoração.

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ILUMINE!

Espaços com apenas um ponto de luz faz um espaço pequeno parecer ainda menor. Aposte em um maior número de lâmpadas para criar um visual mais moderno e atraente! E não precisa nem de quebra-quebra, você pode usar aplicações em gesso para embutir a iluminação.

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Aposte nessas dicas e crie seu ambiente amplo e cheio de estilo!

Beijos

Alana Vitti